segunda-feira, 25 de outubro de 2010

Mestres flautistas de carimbó se encontram em Belém

A flauta artesanal, instrumento fundamental entre os tradicionais grupos de carimbó do Pará, está desaparecendo. O alerta é do Instituto de Patrimônio Histórico e Artístico Nacional (Iphan), que vem desenvolvendo, por meio de sua Superintendência Regional, uma pesquisa sobre o carimbó a partir de diretrizes estabelecidas pelo Inventário Nacional de Referências Culturais. O objetivo é que essa pesquisa seja utilizada como instrumento de apoio à campanha Carimbó Patrimônio Cultural Brasileiro.
Os resultados iniciais indicam que, no Salgado Paraense, berço do ritmo no Estado, a flauta artesanal vem sendo substituída por outros instrumentos de sopro disponíveis no mercado, como saxofone e clarinete, e corre o risco de desaparecer da cena cultural paraense.
O desaparecimento da flauta artesanal representaria um enorme prejuízo ao legado da tradição, restringindo os conhecimentos à memória e oralidade de virtuosos e raros mestres flautistas, que resistem em preservar e manter o modo próprio de produzir e tocar flauta, com versatilidade e inventividade.
Para valorizar esta arte e estimular o surgimento de uma nova geração de flautistas, o Iphan firmou uma parceria com o Instituto de Artes do Pará (IAP). Foi criado, então, o projeto Sopro de Carimbó, com diversas ações de salvaguarda da flauta artesanal do carimbó com o objetivo de garantir a sua sobrevivência. O projeto tem recursos do Programa Nacional do Patrimônio Imaterial (PNPI), do Ministério da Cultura (MinC).
Segundo explica Walter Figueiredo, da Gerência de Expressões de Identidade do IAP, inicialmente coube ao instituto realizar o registro audiovisual, fotográfico e escrito do processo de construção e execução da flauta artesanal do carimbó, a partir da interação com os mestres. No mês de setembro, uma equipe visitou os mestres flautistas nos municípios de Salinópolis, São João de Pirabas, Marapanim, Curuçá, Vigia e Colares para esta documentação.
Nos dias 19 e 20 de outubro, na sede do IAP, em Belém, será realizado o encontro Fala Memória, uma programação com os mestres e seus aprendizes, com participação de músicos paraenses interessados, culminando com uma grande roda de carimbo aberta ao público.
O encontro resultará na produção do documento "Memória da Flauta Artesanal pelos Mestres da Cultura Popular". "Será um momento de consagração dos mestres flautistas, destacando a importância cultural destes detentores do ofício e da arte musical tradicional do carimbó", ressalta Walter Figueiredo, acrescentando que durante o encontro será possível a troca de informações e habilidades também com outros músicos interessados.
O próximo passo do projeto Sopro de Carimbó será a realização de um laboratório para a confecção de flautas artesanais, em Marudá, no município de Marapanim, entre os dias 27 e 30 de outubro, reunindo aprendizes, músicos e integrantes dos grupos de carimbó, sob a orientação de mestres artesãos e flautistas. A expectativa é reunir participantes de 13 municípios.

Quem participa - Participam do encontro Fala Memória: Os mestres e aprendizes de São João de Pirabas (Mestre Tomas Pinheiro e o aprendiz Damião Pinheiro), Salinópolis (Mestre Lourival Monteiro e o aprendiz Ailton Santana), Marapanim/Marudá (Mestre Marinho Ferreira Neves e o aprendiz Elvis Monteiro), Marapanim/sede (Mestre Meletino Ferreira da Silva e o aprendiz Gilson Douglas Gomes), Curuçá (Mestre Geraldo Neves Vieira), Maracanã (Mestre Santiago Lopes da Silva e o aprendiz Marcelo Sidney Reis), Colares (Mestre Manoel Ferreira Silva Filho e o aprendiz Marcos Júnior Vasconcelos da Silva) e Vigia de Nazaré (Mestre Benedito Silva).


PROGRAMAÇÃO
TERÇA-FEIRA, DIA 19
09 às 12h - TROCA DE SABERES DE MESTRES E APRENDIZES
Momento reservado à interação entre os mestres e aprendizes
15 às 18h - TROCA DE SABERES DE MESTRES, APRENDIZES E MÚSICOS
Espaço aberto para músicos e demais artistas interessados

QUARTA-FEIRA, DIA 20
09 às 12h - ENSAIO DE MESTRES, APRENDIZES E MÚSICOS
Momento de afinações musicais e culturais entre artistas convidados
17 às 20h - RODA DE CARIMBÓ COM OS MESTRES, APRENDIZES E MÚSICOS DO GRUPO DE CARIMBÓ SANCARI
Apresentação para o publico em geral

SERVIÇO

Sopro de Carimbó Fala Memória: Encontro de Mestres e Aprendizes Flautistas de Carimbó, dentro do Projeto Sopro de Carimbó. Dias 19 e 20, a partir das 9h, no Instituto de Artes do Pará (IAP), na Praça Justo Chermont, ao lado da Basílica). Mais informações: Iphan (3224-1825/0699) e IAP (4006-2908/ 2906). Realização: Iphan/ Ministério da Cultura. Parceria: IAP/ Governo do Pará. Apoio: Campanha Carimbó Patrimônio Cultural Brasileiro.

Ascom/IAP

terça-feira, 19 de outubro de 2010

Fapespa visita 20 municípios para divulgar ciência

A Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado do Pará inicia hoje (19) uma ação de divulgação do Programa o Pará Faz Ciência na Escola (Edital 013-2010), cujo período de submissão de propostas já está aberto.

O edital faz parte da ações estratégicas para a popularização da ciência, implantadas pela Fapespa e Secretaria de Estado de Desenvolvimento, Ciência e Tecnologia – SEDECT, em parceria com a Secretaria de Educação do Estado (Seduc).

O objetivo é estimular professores e alunos da rede pública de Ensino a participarem de projetos de pesquisa nas diferentes áreas do conhecimento, tendo como reflexo, novas práticas pedagógicas, que beneficie a aplicação no dia-a-dia da sala de aula.

Os projetos aprovados terão duração de 12 meses, a partir da contratação, que deverá ser feita em março de 2011. Para participar os interessados devem preencher o formulário eletrônico disponível no SIGFapespa, no site da fundação, até o dia 19 de novembro deste ano.

Nesta semana, as visitas da equipe técnica irão para Soure e Salvaterra, nesta terça-feira,19, e quarta-feira, 20. Em seguida, nos dias 21 e 22, os técnicos estarão em Marabá. O objetivo desta ação é levar ao público alvo, através de visitas em escolas e infocentros, é oferecer maiores orientações e tirar dúvidas de professores e alunos interessados em participar do edital.

O PPCE está aberto à participação de professores de escolas da Rede Pública Estadual do Pará, desde que tenham título de graduação e vínculo empregatício efetivo na área de educação (professor ou técnico pedagógico), em unidade escolar da Rede Pública Estadual de Ensino médio (regular ou profissional), sediada no estado do Pará.

Para submeter sua proposta, o docente também deve estar com cadastro atualizado como pesquisador no Sistema Integrado de Gestão da Fapespa– SIGFAPESPA (www.sig.fapespa.pa.gov.br).

SISTEMA
As propostas deverão ser submetidas eletronicamente no sistema SIGFAPESPA, pelo site da Fapespa (www.fapespa.pa.gov.br), até às 18h da data-limite de submissão de proposta, contendo todos os documentos requisitados pelo edital. As propostas serão avaliadas por consultores ad hoc e aprovadas pela Diretoria da Fapespa, levando-se em consideração questões orçamentárias e o enquadramento na política de ciência e tecnologia e inovação do governo do Estado do Pará.

O Programa Pará Faz Ciência na Escola oferece recursos de custeio, capital e bolsas no valor global de R$ 5.760.000,00. (Diário do Pará)

terça-feira, 5 de outubro de 2010

Mídia estrangeira diz que Brasil elegeu um palhaço

O Brasil elegeu um palhaço para seu Congresso. Assim o canal Euronews e vários outros meios de comunicação no exterior explicaram os mais de 1,3 milhão de votos recebidos por Tiririca nas eleições para deputado federal. A vitória foi noticiada em agências como Dow Jones, BBC e CBS, além de nos jornais sul-africanos e na Rádio Pública Nacional, dos Estados Unidos. Vários veículos também mencionaram as suspeitas de analfabetismo de Tiririca, traduzido em inglês para "grumpy".

O canal Euronews, visto em toda a Europa, em diversas línguas, foi o mais enfático. “Eleitores do mundo todo se queixam de ter palhaços como políticos. Mas os brasileiros abraçaram a ideia, enviando um palhaço de verdade ao Congresso, com mais votos que qualquer outro.”

Para a CBS, o Brasil elegeu um “palhaço não metafórico”, Francisco Everardo Oliveira Silva. O jornal The Star, da África do Sul, mencionou que os brasileiros foram às urnas para escolher “governadores, senadores e um palhaço”. Segundo a publicação, a campanha de Tiririca chamou a atenção de eleitores decepcionados com a política. O Blogpost, do norte-americano Washington Post, afirmou que Tiririca fez a melhor propaganda do ano. E traduziu para o inglês os principais bordões do palhaço-candidato.

Parte da imprensa, porém, ressaltou que a candidatura não foi um “ato inocente”. Para as agências de notícia, Tiririca recebeu financiamento para a campanha, porque seus votos ajudariam a eleger outros políticos da coalizão, como o próprio PT. As informações são do jornal O Estado de S. Paulo. (Agência Estado)

Fernando Carneiro expõe projetos para a cultura

A criação do Fórum Estadual de Cultura é prioridade para Fernando Carneiro, candidato do PSOL ao Governo do Estado. O fórum funcionaria como um espaço para o diálogo com os artistas, garantido a participação da classe na formulação da política cultural do Pará. Para o candidato, os mecanismos de isenção fiscal, como a Lei Semear, demonstram a incapacidade do Estado de investir em cultura. Ele avalia como necessária uma reforma na lei, aos moldes do que está sendo encaminhado pelo Governo Federal com a Lei Rouanet. Fernando também tem ressalvas quanto ao Plano de Aceleração de Crescimento (PAC) das Cidades Históricas. “A velocidade que a gente tem na Amazônia é diferente da de outras regiões. Então é preciso analisar com muito cuidado esses programas generalizantes que tendem a tratar o Brasil como uma coisa só”.

Acompanhe a seguir a entrevista com o candidato, que integra a série realizada pelo Caderno Você sobre política cultural com os candidatos ao Governo do Estado.

P: Que problemas você identifica na área da cultura do Estado e como os enfrentaria?

R: Primeiro é importante falar qual a concepção que a gente tem sobre cultura. A cultura é indispensável para assegurar, garantir e valorizar a identidade de um povo. E essa definição é necessária pra que a gente tenha políticas culturais adequadas. Hoje, como tudo na sociedade em que a gente vive, a cultura tem sido mercantilizada. É possível superar isso. Partindo desse pressuposto, precisamos romper algumas lógicas. Um grande problema clássico no setor é o orçamento destinado à cultura, que hoje beira 1%. Um outro problema é a falta de uma política séria de valorização da produção e difusão das categorias artísticas no Estado. Os governos do PSDB e o atual governo do PT investiram/investem mais nos grandes eventos elitistas e internacionais, ou eventos de massa, pasteurizando o processo criativo na cultura local. Como não há uma rede entre as secretarias que formule e acompanhe esse processo nos municípios, acaba ficando o evento pelo evento. Precisamos inverter esta lógica, precisamos de formação de público. E o mais grave dos governos passados foi e ainda é a total ausência de um canal de diálogo e participação do movimento artístico na deliberação das políticas culturais no Estado. Portanto, vamos ampliar o orçamento na cultura, fortalecer mais as categorias artísticas nos seus movimentos, produções e difusão das suas obras. Vamos implantar fóruns permanentes de discussão das categorias, e a Secult será  responsável por garantir este espaço, bem como garantir um processo de avaliação permanente.

Vamos garantir uma política cultural de governo, implantando uma gestão de políticas intersetoriais, efetivando uma rede das instituições do governo, como cultura, esporte, turismo, educação e outras áreas afins.

P: Qual sua principal proposta para a cultura?

R: Criar o Fórum Estadual de Cultura, que será permanente, e aumentar o orçamento das políticas de cultura efetivando o custo amazônico. Diferente dos governos anteriores, que defendem um projeto elitista para a cultura e que não criaram espaços para o diálogo com a categoria, vamos garantir a participação da classe artística nas formulações da política cultural do Estado. O fórum é uma prioridade. Vamos priorizar também uma política de editais séria e transparente, que vai contemplar os segmentos de forma igualitária nos recursos disponíveis, inclusive garantindo o aumento dos recursos para que os grupos contemplados possam fazer a difusão e circulação de forma que todas as regiões do Estado tomem posse do que está sendo produzido, tanto da capital para os outros municípios, como dos municípios para a capital, dialogando com o que o movimento já reivindica há muitos anos: o custo amazônico, que nada mais é do que a reparação desses recursos para que o segmento artístico possa circular com suas produções pela região amazônica.

P: Como ficará a Lei Semear, principal lei de incentivo à cultura via mecanismos de isenção fiscal? A política de incentivo irá acompanhar a reforma da Lei Rouanet?

R: Uma das alternativas que surgem para a falta de verbas é justamente a renúncia fiscal. Grandes empresas, grandes bancos têm uma renúncia fiscal, uma isenção, e usam esse dinheiro para financiar atividades culturais. Isso é, em certa medida, o reconhecimento do Estado da sua incapacidade de investir em cultura e, na continuidade, isso significa uma certa privatização. Contudo, é possível quebrar essa lógica. Podem existir manifestações culturais patrocinadas pelo Estado, mas desde que haja um incremento de verbas. Assim, vamos rever o Conselho Avaliador da Lei Semear. Vamos também garantir uma equipe técnica na Secult que vai  preparar a qualificação e formação dos produtores culturais para ampliar o conhecimento sobre a política de financiamento e a elaboração de projetos para leis de incentivo.

Para tentar resolver os problemas apontados pelos especialistas em relação à Lei Rouanet, o PL 6722/10 busca aumentar o investimento privado na cultura, por meio do fortalecimento dos Fundos de Investimento Culturais (Ficarts). A nossa proposta, diferente dos governos tucano e petista, que nunca enfrentaram este problema, é realizar um grande debate com a categoria e empresários e poder ter um equilíbrio no retorno dessa produção cultural para o povo brasileiro e, no caso, para a população do Pará.

P: Como você avalia a proposta do Governo Federal de criação do Sistema Nacional de Cultura, a regulamentação do Plano Nacional de Cultura e a aprovação da PEC (Proposta de Emenda à Constituição), que determina um percentual mínimo dos orçamentos nacional, estaduais e municipais a ser investido em cultura?

R: A criação de um Sistema Nacional de Cultura já era uma demanda antiga do segmento artístico. Avalio que, se a proposta respeitar na integrar as demandas apresentadas pelo segmento na Conferência de Cultura, será um avanço para o setor. Em nosso governo, iremos estabelecer uma política séria e vamos garantir mecanismos de participação dos segmentos culturais, pois é importante lembrar e informar que os Conselhos Municipal e Estadual serão fortalecidos para que possam realmente ser os mediadores entre o poder público e as categorias. Defendemos a aprovação da PEC como um avanço para o setor, pois a exemplo da educação e saúde, que já garantiram em suas áreas o percentual de investimento do orçamento do Estado para suas políticas (resultante das lutas históricas destes segmentos), será uma vitória para o segmento da cultura.

P: Como será a relação com a iniciativa privada no trato da gestão cultural?

R: Bom como falei anteriormente, nesta relação é preciso deixar bem claro que em nosso governo não iremos governar para os ricos, contudo saberemos dialogar como todos os setores como muito bem fizemos no governo do ex-prefeito de Belém Edmilson Rodrigues. Partiremos da perspectiva que temos sobre cultura. E essa definição é necessária para que a gente tenha políticas culturais adequadas. Portanto, esse será o nosso ponto de partida para dialogar com a iniciativa privada, deixando claro que estamos governando com o povo e para o povo.

P: Está sendo pensado dentre suas propostas um plano de descentralização na área da cultura?

R: Sim, e este plano será resultado da participação de todos  os segmentos da cultura em nosso Fórum Estadual de Cultura. Portanto, como falei anteriormente, precisamos romper a lógica de descentralizar somente os eventos - ficando no evento pelo evento. É preciso criar uma política séria de difusão e circulação dessa produção cultural, realizar momentos de formação de público. Tudo isso articulado à garantia do que o movimento já reivindica há muitos anos, o custo amazônico, a reparação desses recursos para que o segmento artístico possa ir e vir com suas produções pela região.

P: Como será tratada a cultura jovem?

R: A cultura jovem será tratada como prioridade, pois sabemos que hoje o grande problema do crescente envolvimento dos jovens na criminalidade, não está somente na falta de segurança, mas prioritariamente no total abandono, pelos governos anteriores, dos projetos sociais para os jovens. Vamos criar canais de participação da juventude em nosso governo, a exemplo do que fizemos com o Congresso da Juventude durante o Governo do Povo, na prefeitura de Belém. Vamos implantar, após debate com este segmento, o  Festival de Cultura de Rua. Vamos garantir a ampliação da Escola Técnica Estadual de Artes, levando teatro, dança, música e circo aos pólos do Estado, garantindo para os jovens artistas de nossos municípios a oportunidade de qualificação de seu trabalho artístico, como cenário, maquiagem, figurino, montagem, roteiro, etc. A cultura jovem terá uma política de governo com ações intersetorializadas, articulando as diferentes secretarias, como  Seel, Seduc, Sesma, Secult e Sejudh, entre outras, proporcionando uma verdadeira revolução na cultura e identidade jovem do Pará.

P: Há alguma política de fomento voltada para a periferia?

R: Neste campo vamos atuar junto com as políticas para a juventude, e tendo uma ação articulada com a Seduc e Seel para inicialmente ter, nas escolas estaduais, nossos pólos de cultura nos bairros e municípios. Garantiremos assim à população historicamente excluída o acesso aos bens culturais produzidos pela humanidade, a uma política cultural que valorize a produção local e o intercâmbio com o global.

P: A exemplo da Feira do Livro e do Festival de Ópera, quais grandes eventos para a área da cultura seu programa pretende investir ou criar?

R: Ao contrário dos governos anteriores, como PSDB e PT, que investiram somente em programações culturais elitistas, transformando nossos símbolos culturais em mera mercadoria para turistas, vamos editar a primeira Bienal Cultural do Estado do Pará, construída com a participação dos artistas, e que irá atender diferentes linguagens artísticas e manifestações populares de todas as regiões do Estado, em um momento de fomento e difusão da cultura do Pará.

P: Como será executada a manutenção e gestão dos espaços culturais? Existe uma estratégia que seja eficiente, aberta e democrática para não haver cerceamento aos diversos movimentos culturais?

R: Primeiramente vamos recuperar esses espaços, pois é uma obrigação do governo do Estado. Tivemos recentemente um problema grave no Theatro da Paz, que passou por um processo de restauração e acabou tendo problemas em relação à manutenção dessa restauração. Vamos criar um seminário de formação dos segmentos artísticos para utilização e gestão popular destes espaços. Você só cuida e ama se você conhece e gosta. Para atender a demanda dos diferentes segmentos culturais, vamos construir nas regiões-pólo espaços culturais públicos mantidos pelo Estado. E vamos também efetivar uma gestão compartilhada destes espaços junto com os segmentos, sem diferenças de setores e privilégios de linguagens, respeitando suas diferenças, é claro.

P: Qual será o orçamento disponibilizado por sua gestão para a área cultural?

R: Vamos trabalhar para atingir nos quatros anos de governo o total de 2% do orçamento do Estado para a cultura.

P: Como serão geridas as instituições especializadas na área da cultura, como IAP, Curro Velho, Casa da Linguagem e Fundação Cultural Tancredo Neves? Como desenvolver um trabalho integrado entre estas instituições?

R: A falta de uma política pública dos governos anteriores para a cultura acabou gerando problemas, com sombreamentos e total inoperância de alguns órgãos do setor. Muitos estão parados pela falta de orçamento, e isso é um absurdo. Vamos ter uma gestão integrada destes órgãos, potencializando o orçamento no setor e as políticas oferecidas. As secretarias ou fundações parecem ilhas isoladas, não dialogam entre si. Não existe uma política de cultura, mas várias micropolíticas. Nosso programa de governo prevê a criação de um Sistema Estadual de Cultura, composto por esses órgãos, Secretarias Municipais de Cultura e o efetivo funcionamento do Conselho Estadual de Cultura, ampliando com a Seduc, Seel, Sejudh e Paratur. É uma proposta que vai articular a cultura do Pará como um todo.

P: Como será tratada a questão do Patrimônio Histórico no Estado? Quais são suas políticas para o setor? Quais serão os impactos do Plano de Aceleração de Crescimento das Cidades Históricas?

R: Nossa concepção de cultura apresentada já deixa claro como o patrimônio histórico no Estado vai ser tratado: como prioridade. Vamos implantar um Plano de Manutenção e Preservação do Patrimônio Histórico Material e Imaterial do Estado. Quanto ao Programa de Aceleração de Crescimento (PAC) das cidades históricas, o que vemos mais uma vez é essa concepção de que a gente precisa acelerar o crescimento. A sociedade capitalista impõe um padrão de aceleração que hegemoniza criação, necessidades e desejos, mas nós defendemos outra lógica. É preciso entender que temos singularidades e particularidades, tempos diferentes de sentir, desejar, criar, interpretar. A “velocidade” que a gente tem na Amazônia é diferente da de outras regiões. A vida tem outro ritmo aqui. Então é preciso analisar com muito cuidado esses programas generalizantes que tendem a tratar o Brasil como uma coisa só, e que não respeitam as diversidades, as velocidades, os ritmos e as diferentes culturas de cada região. 

(Diário do Pará)

segunda-feira, 4 de outubro de 2010

Respeito ao idoso será debatido em sala de aula

"Educar o jovem de hoje a respeitar o idoso de amanhã". Este é o principal objetivo da parceria firmada entre Secretaria de Estado de Educação (Seduc) e o Conselho Estadual das Pessoas Idosas que reuniu, nesta quinta-feira (30), professores e técnicos das escolas da rede pública para o Curso de Formação de Educação e Envelhecimento, no auditório do Centro Integrado de Inclusão e Cidadania(CIIC), para juntos, buscarem alternativas à construção e inclusão da temática no ambiente escolar.
Para o presidente da Federação da Associação dos Aposentados e Pensionistas do Estado do Pará (Faapa), Emídio Rebelo, é de suma importância a inclusão da temática do idoso nas escolas e universidades para a construção de uma sociedade mais justa e igualitária. "É importante que crianças e jovens aprendam a respeitar os idosos e vê-los como cidadãos que por sua experiência e vivência são merecedores de tratamento digno". Segundo Rebelo, desde a década de 70 a federação luta por inclusão da temática nos diversos eixos sociais.
Walquíria Alves, coordenadora da Diretoria de Educação Diversificada, Inclusiva e Cidadania (Dedic/Seduc), relata que o aumento da perspectiva de vida da atual sociedade mundial, pede que o tema seja colocado em discussão e que se crie mecanismos para colocá-lo em prática. "É preciso que assim como o Estatuto da Criança e do Adolescente (ECA), a sociedade conheça a existência do Estatuto da Pessoa Idosa e o respeite", ressalta.
A diretora Antônia Ferreira, da escola Emiliana Sarmento, ouvia atenta as explicações dos palestrantes e prometeu colocá-las em prática repassando os ensinamentos a toda a sua comunidade escolar. "O tema é muito importante pelo grande número de idosos presentes em nossa comunidade. Hoje em dia as pessoas falam em qualidade de vida, em aumento da idade vivida e esquecem de falar do respeito e do carinho que devemos ter com os nossos idosos e com os idosos dos outros".

Ascom/Seduc