quarta-feira, 3 de novembro de 2010

Amazônia Doc exibirá quase 80 filmes

Longe dos clichês do olhar estrangeiro, que ainda insiste ou no paraíso ou na pobreza e que usualmente não sabe o que fazer diante de realidades mais complexas, o festival se abre como uma importante janela de exibição do cinema que tem no homem da Amazônia não apenas um personagem, mas seu principal narrador.
“A intenção do festival é espelhar a vitalidade dos filmes que se produzem nestes países e suas múltiplas identidades, complexidades, dimensões. Aqui os discursos aparecem livres do folclore, do exotismo, justamente porque é o habitante deste território o narrador da sua própria história”, diz a diretora geral do Amazônia Doc, Zienhe Castro.
Em âmbito nacional, os cineastas Murilo Salles (“Como nascem os anjos” – 1996, “Nome próprio” – 2008), Rodrigo Siqueira (“Terra Deu Terra Come”) e o italiano radicado no Brasil Andrea Tonacci, (“Bang Bang” – 1970, “Serras da Desordem”- 2006), também participam das discussões, que contam com a participação dos paraenses Jorane Castro, Ana Lobato, Fábio Castro, Cláudia Melo e Marco Moreira.
O Amazônia Doc conta ainda com a presença do teórico, crítico, escritor e cineasta belga radicado no Brasil Jean-Claude Bernardet, que faz duas sessões comentadas. Isabelle Cabral, diretora da distribuidora Pipa Produções; Frederico Machado, diretor da produtora Lume Filmes e Adailton Medeiros, fundador do Ponto Cine, primeira sala popular de cinema 100% digital do Brasil, comandam um importante debate sobre produção e distribuição criativa.
NOVIDADES
Originalmente voltado ao documentário, o Amazônia Doc.2 abre espaço também para o cinema de ficção e faz do cruzamento dessa fronteira um dos principais eixos de discussão e debate. As inscrições para a Mostra Competitiva ultrapassaram a marca de 150 filmes, vindos de todas as regiões do Brasil e também de países como Colômbia, Equador, Venezuela, Peru e Bolivia.
Da avaliação criteriosa do comitê de seleção, formado por Zienhe e pelos cineastas e críticos Arnaldo Prado Jr, Fernando Segtowich, Dedé Mesquita, Marco Moreira, Felipe Pamplona e Augusto Pacheco, ficaram apenas 25 produções. E do universo de 125 filmes não-selecionados, 25 passaram a integrar uma Mostra Especial, que sequer estava planejada. Segundo Zienhe, seria impossível descartar tantos filmes bons.
“A qualidade dos filmes impressionou o comitê. O volume de trabalhos bem construídos, tanto na técnica quanto na estética, nos fez repensar o período de realização do festival”, explica a diretora, que optou por estender a programação por mais uma semana. “Se um dos compromissos primordiais do festival  é revelar novos realizadores e promover o acesso e o debate das produções realizadas nesse território, seria uma grande perda deixar de exibir tantos filmes interessantes”, diz.
Ao total, serão exibidos quase 80 filmes – entre ficções, documentários, curtas, médias e longas. O Amazônia Doc contempla ainda as msotras forumdoc.bh e ABD da Amazônia Legal. Uma parceria com a Secretaria Estadual e Educação (Seduc) garantirá a presença de 150 alunos da rede pública, oriundos de aproximadamente 30 escolas da região metropolitana de Belém, em cada dia de festival. Cinco ônibus farão o traslado diário dos estudantes. (Diário do Pará)
SERVIÇO
Lançamento do Festival Amazônia Doc 2 – Festival Pan-Amazônico de Cinema, nesta quarta-feira (3), às 19h30, no Cinema Olympia, com a exibição de “Viajo porque preciso, volto por que te amo”, de Karim Aïnouz e Marcelo Gomes. Entrada franca. A programação segue até o dia 14, no Cine Olympia, Cine Líbero, Instituto de Artes do Pará e Casa da Linguagem. Informações no site www.amazoniadoc.com.br e pelo telefone (91) 3224-6159.

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